Mas esse livro, vou te contar, levei gato por lebre. o Leonardo Brum sabe vender o peixe dele, e fui fisgada pela sua simpatia e carisma, junto com o pessoal da divulgação que estava no estande da Novo Século. Até a minha amiga que não curte muito fantasia levou o livro do cara. Se ela leu já são outros quinhentos...
Este singelo livro se passa em Pedra-Luz, ilha fictícia no litoral de Vitória - ES. Há uns trocentos anos, o fundador da ilha passou a perna em uns piratas amerindios e fez fortuna com um certo diamante azul, gema essa que se alega ter poderes mágicos. O velhote aparentemene se matou depois disso, mas não sem antes esconder muito bem a pedra.
Passaram-se os anos. O tal diamante azul virou lenda, e Pedra-luz e seus 206 habitantes viviam suas vidas muito bem obrigada, até que um belo dia todos desapareceram, sem rastro, sem nem desligar o motor do carro que dirá o gás do fogão. Um verdadeiro cenário pós-apocaliptico.
Ismael, funcionário da Central Foods de Vitória, chega na ilha e vê a cena descrita no parágrafo anterior, coça a cabeça e tenta investigar onde raios poderia ter se metido todos os 206 moradores dali. Desliga a chave do carro, cata um papel amassado do chão, desliga a boca do fogão, começa a chorar e se encolhe em posição fetal.
Zita, vidente e amiga de Ismael, segura o papel que este catou no parágrafo anterior, incorpora o melhor espírito de Sibila Trellawney e faz uma profecia. Baba um pouco e passa 6 meses em coma.
Zacarias é o dono do bar local, e deveras ambicioso. Paga um salário de fome aos seus funcionários e se ressente por isso. Um verdadeiro unha de fome, pior até que o Conde Klaus.
Está tudo pela hora da morte!! |
Izaak é o comedor da ilha. Tudo o que ele mais deseja nesse mundo é morrer aos oitenta, com a barriga cheia de vinho, e a boca de uma jovem no... bom, vocês que já leram Game of Thrones já sabem como a frase termina. Cata uma loira no bar e quando ela vai embora traça a stalker que o seguiu até em casa. Sentindo-se muito bem consigo mesmo, deflora mais uma no caminho pro bar. As mulheres praticamente imploram por umazinha com ele.
E claro nossa personagem principal Clarice, professora da 3ª série e garçonete nas horas vagas. Mandou os aluninhos imaginarem que tipo de bichos eles gostariam de ser e fazer uma redação, só para eles calarem a boca, ao mesmo tempo em que deseja ser abduzida por Greys.
Telefone minha caaaaasaaa... |
O foda desse livro, e não digo isso de um jeito bom, é que por trás da fantasia, carrega um quê de livro de auto-ajuda, que tudo se resolverá se você tiver fé e toda essa baboseira que a Clarisse Lispector quer que você acredite. Na boa mesmo? Achei uma
Creio que só gostei mesmo da Janete e do Izaak, mas ainda sim por ter me identificado com os dois, e não por serem bons personagens. Não há um único personagem legal de verdade ali, nem mesmo Clarice, que escolhi pra ser a protagonista, só porque ela salva a ilha (?) no final.
Aliás tá ai uma coisa horrorosa nesse livro: Não dá pra saber quem é o personagem principal. Já nas primeiras páginas já me perguntava, um tanto receosa, se seria Ismael, e ainda bem que não, porque para um homem da idade dele não deveria chorar tanto.
Enfim, o livro é uma droga, compre e leia por sua conta e risco.
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