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segunda-feira, 4 de junho de 2012

[Resenha] Sangue Quente de Isaac Marion *SPOILER ALERT*

Este foi um dos 92732893 livros que eu comprei na Bienal do ano passado. Não fazia a menor ideia do que estava levando pra casa, pensei que era apenas uma história de zumbis num futuro apocaliptico. (Heloooo 2012 tá ai, qualquer informação conta)

Sangue Quente não é apenas uma história improvável de amor, é provavelmente a pior perda de tempo da minha vida. (Ok, ok, não a pior, mas certeza que está no top 5.) Se você gostou deste livro, me desculpa mas tú tem um gosto duvidoso pra leitura hein! parabéns.

A história se passa uns anos depois do colapso da humanidade, coisa de uns 10 anos. Temos como personagem principal R (sim, o nome é esse, simplesmente porque ele não se lembra do restante, só a inicial) um zumbi "fresco". Ele ainda não tinha perdido nenhuma orelha, nem nenhuma outra extremidade importante. Sua capacidade mental ainda funcionava muito bem obrigado, apesar de só conseguir falar umas poucas palavras. O foda é que isso faz com que ele pense um bocado.

R vivia sua vida de zumbi em um aeroporto abandonado, e um de seus hobbies era subir e descer as escadas rolantes, isso quando o gerador funcionava. Ele se arrastava por ai, grunhia e babava, até comia uns cérebros que por um acaso estivessem dando mole. Até ai normal, não esperava que a vida (ou morte?) de zumbi fosse uma festa todo dia. R tinha inclusive um melhor amigo, e mais tarde uma esposa e filhos zumbi (!).

Só que nem tudo na vida morte de R eram flores. Como eu disse, ele pensava um bocado, e isso o estava deixando meio deprimido. Essa vida de morto (!) não estava satisfatória para o nosso herói (!!). Até que durante um ataque a uns humanos insurgentes, R come o cérebro de um garoto. Só que esse cérebro era diferente de todos que ele já comeu. Quando posto na boca, R podia acessar as memórias do falecido. E é ai que vira uma galhofada épica.

De posse de um cérebro mágico, R ganhou mais um hobbie: mordiscar pedacinho por pedacinho aquela massa encefálica mistica. E cada vez que ele comia, via uma cena da vida do Perry, o agora defunto. Perry tinha uma vida normal como qualquer outra pessoa, até o holocausto. Ele queria ser escritor, mas virou marceneiro (ou qualquer outra coisa que seu pai impôs, não me lembro). Só que Perry tinha uma namorada, a Julie.

Julie aparentemente era o ar que Perry respirava. Era tão devotado, que morreu no lugar dela. E o R, a cada mordidinha, ficava cada vez mais gamadão na Julie. E a vida morte de R segue nisso, mordiscada no cérebro, grunhidos, cuidava das crianças, opa mais uma mordidinha. E caça. Os zumbis saiam atrás de vivos algumas vezes. Eles podiam sentir o cheiro a uma boa distância. E numa dessas caçadas, R encontra quem? Pois é...

Só que a essa altura, R já ta com os quatro pneus arriados pela Julie, por causa do cérebro do Perry. Ele dá uma porrada no amiguinho zumbi por causa da garota, e toma posse. Você pensaria que ele iria comer (no sentido gastronômico) o cérebro dela, mas não. Ele a leva para o aeroporto. Os zumbis em volta devem ter pensado que era um lanche pra mais tarde ou sei lá.

Então agora a Julie do Perry estava no avião particular do R. Pelo menos ela teve a decência de não confiar nele de cara, nem de deixar ele chegar muito perto. (Estou olhando pra você, Bella Swan!) Só que ela estava começando a ficar intrigada. Oras porque ele não me come logo? (entendam isso como quiser) E é ai que ela começa a gostar dele. Horas ouvindo musica com um zumbi que conseguia formar algumas palavras coerentes de vez enquando faz isso com você.

Só que sendo bem sensata para uma protagonista envolvida com criaturas desmortas, ela convence o R a levá-la de volta pra cidade. R, como além de morto é homem, portanto um gentleman, faz esse favor. Só que na primeira oportunidade, a Julie dá dez na pata do veado. (E levou o carro do R! Ele teve que voltar pro aeroporto a pé, num passo de zumbi. Sacanagem.)

Sacanagem, me deixou apé... :(

E é ai que ele resolve comer o cérebro da vagab... digo, da Julie, certo? Pois é, mas não. Ele tem uma crise de dor de cotovelo, depois descobre que a esposa zumbi estava de caso com o melhor amigo (ou será que isso foi antes?) e ainda por cima começou a ouvir a voz do Perry, mesmo depois de ter comido até o ultimo pedaço do cérebro.

Nosso zumbi esquizofrênico decide então ir atrás da mocinha, que obviamente lhe deu um belo pontapé nos fundilhos, e ver qual é a dela. E como raiva de morto dura pouco, ele pede ajuda ao amigo que comeu, dessa vez no sentido bíblico, a sua esposa e a mais um. Só que pra isso ele teve que desafiar os Ossudos, os zumbis mais velhos que comandavam a comunidade desmorta. R deu uma senhora banana àqueles sacos de ossos e foi andando até a cidade, e em seu rastro os outros dois zumbis.

Juntando seus cérebros não-vivos, os três bolaram um plano infalível. Colocaram um terno no R e lhe pentearam os cabelos. Ele iria se passar por vivo pra poder entrar na comunidade insurgente. R, que era um zumbi com uma coordenação motora muito desenvolvida se comparado com os outros, e devido a sua quase nula decomposição, consegue entrar. (Tudo bem que ver dois outros zumbis CORRENDO possa ter distraído os guardas só um pouco também.)

É legal ver os vivos se virando como podem, tentando sobreviver a zumbis famintos, construindo favelas casas dentro de um estádio de futebol, ensinando as crianças a matar zumbis e tudo o mais. Só que como que o R iria achar Julie no meio de tantos vivos, cheirando tão gostoso?? Batendo de porta em porta, claro! E a primeira porta que ele vê é uma escola, onde estão ensinando adolescentes a mirar na cabeça e a não errar.

#PBHz em breve!
Quando os dois se encontram, Julie faz questão de hospedá-lo em sua casa. Sendo filha do General, ela tem alguns privilégios que falta aos meros mortais. Uma delas é despistar o guarda que veio preencher a ficha de cadastro do mais novo integrante da comunidade viva.

Pra quem tem o bom senso que Deus deu a uma enguia, já sacou que isso não podia dar certo. R, sendo um zumbi que tinha decidido parar de comer vivos gastronomicamente falando, se encontrava mais faminto do que jamais esteve, e mesmo tendo prometido a Julie que não iria matar ninguém, não pôde evitar. E ai amigo, é Protocolo Bluehand ATIVAR!

Nesse meio tempo, na comunidade dos desmortos, mais zumbis estavam mostrando o seu dedo do meio para os Ossudos, resultando num aglomerado de mortos-vivos nos portões do estádio. Os vivos estavam igual baratas tontas, sem saber pra onde atirar, pro lado de dentro ou de fora. Os mortos estavam divididos em quero voltar a ser vivo e só estou aqui porque me disseram que tinha cérebros frescos. R e Julie estavam num fight nervoso com o General Grigio, que por um acaso também é o pai dela. O General despenca 15 metros e vira um Ossudo.

O final desse livro é a coisa mais broxante que eu já li, tanto que vou te contar. R ressuscita, e os Ossudos eram na verdade alienígenas tentando dominar o planeta. Não, não estou brincando, pode comprar aqui e ler o livro se quiser ver com seus próprios olhos. Ou você pode conferir também nos cinemas a partir de agosto desse ano. Também não acredita? Dá uma olhadinha aqui então.

A bem da verdade, eu gostei do livro, apesar da galhofada. O R é bem engraçado, e o jeito que ele vai narrando a sua não-vida te prende mais do que eu poderia esperar de um zumbi. Só detestei de verdade o final, por causa do óbvio poder do roteiro utilizado aqui. Finais forçados tiram o tesão de qualquer leitura. Mas assim como Crepúsculo, eu certamente voltarei a lê-lo, nem que seja pra rir com o R zumbi.



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2 comentários:

  1. Acabei de ler o livro e concordo em cheio com a sua resenha. Porém tem uns equívocos. A esposa zumbi de R trai ele com um desconhecido e não com o melhor amigo, o zumbi M. O grupo que foi até a cidade estádio com ele era formado por cerca de 10 zumbis. E o motivo que fez com que o protagonista comesse pedaços do guarda, nem foi a fome propriamente dita, mas pq ele seria reconhecido, logo morto. Mas enfim, são só detalhes. Gostei do livro, mas o fim realmente é broxante, forçado demais.

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  2. Oi João! Obrigada pelo comentário! ;) Fiz essa resenha muito tempo depois de ter lido Sangue Quente, então pequenos detalhes como esse me fogem à memória. E sim, realmente, fica dificil quando um livro bom te desanima no final. :/ Volte sempre ao blog e fique a vontade para comentar nos outros posts. ;)

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